Nela, fazia a sua estreia um certo Astérix, que viria a tornar-se um dos mais conhecidos heróis de banda desenhada de sempre.


As bases do sucesso foram os vários níveis de leitura presentes na obra, cativante para os mais novos pelas sucessivas tareias que os gauleses davam nos romanos, e para os mais velhos pela mordaz crítica social e de costumes, pelo divertido retrato estereotipado que Goscinny traçou de cada um dos povos dos países que Astérix visitou.
Quando Goscinny faleceu em 1977, muitos pensaram que tinha chegado o fim do pequeno guerreiro gaulês, mas após um período de reflexão, Uderzo decidiu assumir integralmente a criação de Astérix e, se a qualidade dos argumentos se ressentiu disso, o hábil gestor que ele se revelou, multiplicando os produtos de merchandising, criando um parque temático e apostando no audiovisual, onde se contam sete filmes de animação e três longas-metragens com actores como Christian Clavier, Gérard Deperdieu, Roberto Benigni, Laetitia Casta ou Mónica Bellucci, fez com que as vendas disparassem - a tiragem global de "O céu cai-lhe em cima da cabeça" (2005) foi de 8 milhões - transformando Astérix numa marca apetecida que gera mais de 12 milhões de euros anuais.
Mas isso, são outras histórias. As que interessam hoje, são aos quadradinhos: 35 álbuns, mais de 1500 pranchas, que esta data convida a (re)ler e (re)descobrir, com a garantia de boas gargalhadas, momentos bem passados e um alegre banquete final, com javali assado e sem a voz do bardo a desafinar.
Entretanto, se o ponto alto das comemorações dos 50 anos de Astérix e Obélix foi o lançamento do novo álbum, muitas outras manifestações assinalam a data, entre as quais um enorme Astérix desenhado no céu pela célebre esquadrilha da Patrouille de France.
in Jornal de Notícias